Diante de um cenário tão relevante para a política, Marcelino não recua: O PCdoB será o partido mais votado em Olinda, nas eleições de 2010. Eleito para presidir o Partido na cidade, na última Conferência municipal, realizado nos dias 25 e 26 de setembro, na Academia Santa Gertrudez, no Alto da Sé, Marcelino Granja foi ex-secretário da Fazenda e de Governo do Município. Orientado pelo Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND), a nova Comissão Política terá como desafios a governança da gestão municipal, contribuir para as eleições a nível estadual e federal e a construção partidária.
“A contribuição do PCdoB ao governo municipal de Olinda é exitosa. E as condições estão cada vez melhores”, diz Marcelino. Com uma economia dependente dos investimentos federais e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Olinda sofreu os abalos da crise financeira do Capitalismo internacional, mas devido ao modelo de desenvolvimento social e econômico do governo federal saiu fortalecida. “Temos o desafio de conduzir bem o governo na cidade em razão das condições favoráveis do governo Lula da herança bendita da camarada Luciana Santos”, afirma. Para Granja, os motivos do Brasil ter sido o país que menos sofreu os efeitos da crise e mais rápido saiu estão num conjunto de ações políticas do governo. “O governo Lula construiu as bases para a troca do modelo neoliberal por um de fortalecimento do Estado brasileiro para aumentar a produção e diminuir as desigualdades sociais como os grandes investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os programas sociais como Bolsa Família e a valorização do salário mínimo, além da integração com a America Latina”, diz.
O segundo desafio é ganhar as eleições de 2010. “É um momento decisivo para continuidade ao projeto político eleger o novo presidente da República e em Pernambuco eleger para deputada federal as ex-prefeita de Olinda Luciana Santos e o vereador do Recife Luciano Siqueira”, sentencia Marcelino e completa, “também devemos nos mobilizar para reeleger os deputados estaduais Luciano Moura e Nelson Pereira”. Para ele o cenário político ainda não deixa clara a opção pela candidatura única ou com vários candidatos a presidente, numa referência ao pré-candidato Ciro Gomes.
Por último, o terceiro desafio é a construção partidária. Para esses enfrentamentos políticos, o PCdoB precisa qualifica sua militância através de uma Política de Quadros para superar as dificuldades e reafirmar seu papel predominante nos movimentos sociais. Com firmeza, Marcelino afirma que o partido é o mais forte da cidade, o que tem maior inserção política. Mas para ele “o O PCdoB avança junto com os partidos aliados, o PT e o PSB também cresceram, mas temos um partido mais enraizado na cidade”. Segundo Marcelino, “O PCdoB é muito forte nos movimentos sociais, principalmente no movimento comunitário, mas precisa estender melhor outros setores da juventude universitária, das personalidades que vivenciam a cidade, na esfera econômica, social, esportiva, cultural, para que possamos ter um Partido para além da administração, um Partido para dar o 3º Salto Civilizacional”, afirma.
O 3º salto civilizacional que Granja cita é o momento histórico do Brasil abandonar os traços de país subdesenvolvido e passar para um novo estágio social e econômico. O 1º ciclo se deu a partir do século XVII, com a expulsão dos holandeses que ocuparam o Nordeste, ocasião em que todo o povo se mobilizou até a Independência, em 1822, como fruto de um processo cumulativo resultante de um conjunto de lutas. O 2º ciclo, de 1930 a 1980, foi a fase mais expansiva do desenvolvimento nacional através da planificação e regulação econômicas. Agora é a vez do 3º ciclo civilizacional cujo Partido defende sobre a abordagem de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (reformas urbana, agrária, dos meios de comunicação, educacional e política, fortalecimento do SUS, entre outras).
“Com essas mudanças poderemos ter um outro padrão social no país. Estamos animados com essas possibilidades”, diz Marcelino e conclui: "Mobilizar e esclarecer nossa militância nessa janela de oportunidade para o Brasil jogar um papel pujante no cenário internacional, acompanhado de transformação social para seu povo".
Entrevista concedida a comunicação do PCdoB-Olinda