Abaixo, nota da União Brasileira de Mulheres em São Paulo;
Geisy merece respeito!
A Uniban não pode ser um tribunal da Inquisição!
Uma cena digna de um filme de horror aconteceu na Uniban de São Bernardo do Campo. A aluna Geisy Arruda, de 20 anos, foi hostilizada e perseguida por cerca de 700 alunos nesta mesma universidade por usar um vestido considerado curto por uma turma que se achou no direito de xingar, tocar, fotografar e filmar em nome da “moral e dos bons costumes. A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta.
Os 700 alunos da Uniban expressaram publicamente sua concepção machista de que as mulheres não têm desejo próprio nem podem se destacar na multidão. Por isso se propunham a puni-la com o estupro para colocá-la “em seu lugar” e lembrar que sexo, para as mulheres, como diziam os pensadores medievais, deve ser um sofrimento imposto e nunca uma iniciativa ou um prazer. O horrível espetáculo lembrava a queima de bruxas e a inquisição na idade Média.
O mais chocante, no entanto, foi à atitude da Uniban, que se diz uma Universidade, um centro de educação: expulsou a vítima considerando-a culpada por ter “provocado” os colegas, o que, segundo ela, resultou “numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar”. Mais uma vez, como no tempo dos assassinatos em “legítima defesa da honra”, a vítima é transformada em culpada, colocada no banco dos réus e exposta à execração pública. Que concepção educacional a Unibam pretende defender?
Que poder é esse que as instituições e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Isto acontece porque a organização social de gênero no Brasil e no mundo atribui aos homens prerrogativas que lhes permitem ditar normas de conduta para as mulheres, assim como julgar a correção do cumprimento de suas ordens.
A União Brasileira de Mulheres – UBM vem a público protestar contra a expulsão da estudante Geisy Arruda, exige a punição dos culpados e a reintegração da aluna aos quadros da Uniban.
Os 700 alunos da Uniban expressaram publicamente sua concepção machista de que as mulheres não têm desejo próprio nem podem se destacar na multidão. Por isso se propunham a puni-la com o estupro para colocá-la “em seu lugar” e lembrar que sexo, para as mulheres, como diziam os pensadores medievais, deve ser um sofrimento imposto e nunca uma iniciativa ou um prazer. O horrível espetáculo lembrava a queima de bruxas e a inquisição na idade Média.
O mais chocante, no entanto, foi à atitude da Uniban, que se diz uma Universidade, um centro de educação: expulsou a vítima considerando-a culpada por ter “provocado” os colegas, o que, segundo ela, resultou “numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar”. Mais uma vez, como no tempo dos assassinatos em “legítima defesa da honra”, a vítima é transformada em culpada, colocada no banco dos réus e exposta à execração pública. Que concepção educacional a Unibam pretende defender?
Que poder é esse que as instituições e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Isto acontece porque a organização social de gênero no Brasil e no mundo atribui aos homens prerrogativas que lhes permitem ditar normas de conduta para as mulheres, assim como julgar a correção do cumprimento de suas ordens.
A União Brasileira de Mulheres – UBM vem a público protestar contra a expulsão da estudante Geisy Arruda, exige a punição dos culpados e a reintegração da aluna aos quadros da Uniban.
São Paulo, 09 de novembro de 2009
União Brasileira de Mulheres
0 comentários:
Postar um comentário